Nárnia e a Divina Providência
Para aqueles que cresceram assistindo as adaptações da Disney das obras de Clive Staples Lewis, quando falamos em Nárnia, logo vem às nossas mentes as imagens de Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia. Porém, “As Crônicas de Nárnia” vão além dos quatros filhos de Adão.
No terceiro livro cronológico e quinto lançado do universo narniano, “O Cavalo e Seu Menino”, acompanhamos as aventuras de dois humanos, Shasta e Aravis, e dois cavalos falantes, Bri e Huin. Basicamente, toda trama ocorre em torno dos quatro personagens onde eles decidem ir para o Norte, rumo às terra de Arquelândia e Nárnia, fugindo da opressão do povo calormano e em direção daquilo que o “destino” tinha reservado para eles.
Um dos perigos iminentes que Shasta, Aravis, Bri e Huin passam diversas vezes em sua jornada é a constante presença de leões. No fim, descobrimos que a todo instante era apenas um leão. Este leão era Aslam cuidando deles.
No momento que Aslam se revela para Shasta, ele diz:
“Fui eu o leão que o forçou a encontrar-se com Aravis. Fui eu o gato que o consolou na casa dos mortos. Fui eu o leão que espantou os chacais para que você dormisse. Fui eu o leão que assustou os cavalos a fim de que chegassem a tempo de avisar o rei Luna. E fui eu o leão que empurrou para a praia a canoa em que você dormia, uma criança quase morta, para que um homem, acordado à meia-noite, o acolhesse.”
Aslam está a todo momento cuidando dos seus e operando para que a sua boa, perfeita e agradável vontade seja cumprida. Assim é Deus conosco. Isso é Divina Providência. John Piper, em seu livro “Providência”, ele diz:
“[…] [providência] significa ‘suprir o que é necessário’, ‘dar sustento ou apoio’. Portanto, em referência a Deus, o substantivo providência chegou a significar ‘o ato de prover intencionalmente o necessário, sustentar ou governar o mundo’. […] Isso resumiria o que queremos dizer ao falar da providência de Deus: ele cuida para que as coisas aconteçam de certa maneira. […] A providência de Deus não somente ‘preserva’ e sustenta a existência de ‘todas as suas criaturas’, como também ‘[ordena] todas as ações delas’. O propósito de toda essa preservação e de todo esse ordenamento é mostrado com clareza: ‘para a sua glória’. Isso é soberania intencional, que chamamos providência.”
Na Bíblia, são diversos os relatos de Deus zelando pelo seu povo, desde a provisão do maná e a água direto da rocha no deserto, alimentando-os e saciando-os, até as invasões de civilizações vizinhas na terra de Israel com a intenção de admoestar os israelitas de algum erro. O Pai está sempre do nosso lado, agindo e criando situações para que seu propósito aconteça e visando o nosso bem. Pela sua onisciência o seu desígnio tanto na terra como no céu será sempre o melhor. Logo, “seja feita a Tua vontade”!